Sono

(Magritte)

Antes de ontem eu quase entendi porque as pessoas ficam tão desesperadas que se matam.

Ontem eu fui desabafar no ombro da Rê!

Hoje as coisas continuam assim, deste jeito sem razão de serem!

Por que as pessoas continuam correndo em círculos?

Por que todo mundo parece estar se afogando e mesmo assim não pedem socorro?

Será que alguém não está realmente morrendo?

Será que eu estou morrendo por fora como sinto estar por dentro?

Será que sou só eu?

Eu estou mais velha, mais cansada, mais antiquada a cada hora!

Muito chata!

Fui ao mercado e aquele estacionamento de teto baixo pareceu me engolir, me contrai toda, quase vomitei, saí correndo e fui olhar os carros passarem, as lágrimas passarem, o vento passar, a lágrima secar... acordei de mais um dos meus pesadelos reais, quem me dera quando acordasse estivesse em um mundo melhor, qualquer que fosse...diferente...um lugar onde minha avó chegasse e falasse "o que foi minha filha?" com aquela voz de quem já usou toda a paciência que tinha e mesmo assim ainda tem tempo pra esperar sua resposta.

Um lugar assim com cheiro de árvore e uma umidade gostosa no ar...onde respirar não doa!

Só queria acordar e me dar conta de que ainda vale a pena ter esperança num mundo melhor!

eãMMãeeãMMãe

É assim, sem explicação, sem antecedentes, sem meio sentimento.

Ela faz coisas que não entram na minha cabeça,

Se levantou hoje da mesa do churrasco só pra pegar a farinha pra minha irmã...

Dá pra imaginar que eu fiquei indignada, não é?!?!

Minha irmã é muito folgada!

Minha mãe é muito mãe...

E eu?

Só posso dizer que eu a amo muito,

não tem explicação, sem antecedentes, sem meio sentimento!

Para mim ela é única!

Para mim ela sempre será a Melhor Mãe do Mundo!!!

Água balde Frio

Parece que acordei de um sonho.

Um sonho que conhecia uma nova cidade,

Novos rostos,

Novos ares!

 
 

Parece que acordei de um pesadelo.

Um pesadelo que tinha algum tipo novo de angústia, agonia, tortura mental.

 
 

Parece que retomei o fôlego...

Acho que estava me afogando em minhas próprias escolhas,

Sufocando minha essência, meus eus e meus tus!

 
 

Sinto-me tão livre que poderia voar,

Poderia sorrir sem piada,

Poderia passar o dia sentada na janela, com a cidade aos meus pés.

 
 

Enfim, apenas acordei e voltei para casa.

Não quero meias verdades

A Lis* disse que a liberdade tem sido presente em minhas palavras.

Explico-me: É a sede por ela.

 
 

Acreditava que faculdade era a materialização da liberdade no saber, afinal, tenho sede de conhecimento, sem preconceitos, aprecio todo tipo de área de ciência que o homem já explorou e ainda anda explorando.

Porém, não demora muito nota-se que nada é como parecia, ou como achava que deveria se parecer.

Cronogramas, provas, aulinhas mixurucas, como se porque eu não vou usar muito isso na minha profissão então eu posso ter a idéia que a enzima helicase é uma "tesourinha" que corta a dupla fita de DNA.

 
 

NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOooOOoOoOOoOOooO!

 
 

Eu quero saber a fundo como funciona as derivadas, os movimentos circulares, as reproduções celulares, a concentração e suas diluições, quero saber o que Camões queria dizer com o Velho do Rastelo, o que Tarsila ansiava com sua arte, qual o propósito real da Guerra das Duas Rosas e porque Heráclito acreditava no princípio do Fogo.

 
 

Não quero ser só uma Tecnóloga em Saneamento Ambiental, quero ser humana e conhecedora de nossa história, filosofia, matemáticas, química, linguagem, tudo que me couber na cachola.

 
 

Tenho fome de saber, não estudo, apenas observo, escuto e aprendo.

 
 

Ps: Um simples desabafo, não vou largar o curso...pelo menos não hoje!