quarta-feira, 30 de março de 2011

Alguma coisa sem nome

A vida sendo medida em meias horas.
E é a roupa que não foi lavada, e é o cachorrinho que não tive na infância, aquele namoradinho que não foi correspondido e os amores de verão passados.

São as migalhas de pão no parque, no chão, no bico do ganso.

Todas as tardes embaixo da mangueira, no vai e vem da rede do vô.
A sopa de feijão, macarrão e carne. O pirão no meio dia com arroz e a suadeira.

Todas as folhas preenchidas, rasgadas, guardadas, enviadas e respondidas.

Eu sou um amontoado de lembranças ou de projetos?
E aquilo realmente aconteceu, acontecerá?

Às vezes é tão difícil distinguir um rato de um elefante que a gente se perde dentro de nossos próprios labirintos.
Não quero chegar no meio achando que já é o final e desistir antes de ver o verde do litoral.
O real é tão surreal quanto meus sonhos. Quanto teus sonhos.
A vida não pode ser só um amontoado de recordações e planos,
o algo a mais você me mostra?!

segunda-feira, 21 de março de 2011