domingo, 27 de setembro de 2009

Domingo de sOl

No dia da MPB eu fiz um programinha maravilhoso, fui ver show do Frejat, da Fernanda Takai e da Zélia Duncan, no Parque do Ibirapuera, e olha... de graça!!!

Foi muuito boom!!!

Com a companhia da minha mãe e de amigos tudo fica mais delicioso, aí de quebra fez um sol lascado de 30° pra avermelhar a pele dos paulistas amarelos!

^^

Nada melhor do que um domingo coringa com muito truco e presidente!!!

VIVA a MPB!!!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A paixão do substantivo

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.

Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.

O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice.

De repente, o elevador para, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos.

Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e para justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.

Ela estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.

Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva, em pleno deleite pseudo-verbal.

 
 

P.s: Texto sem autor conhecido, consegui com meu professor de Comunicação e produção de texto ontem na aula.

sábado, 5 de setembro de 2009

A ingratidão de Soraya

Ah, eu amava Soraya, e ela só achava que me correspondia.
Escrevi poemas por Soraya, e para ela, e ela? Ela leu, ela não entendeu, mas ela sorria, Ah como Soraya sorria lindo!

Nosso amor foi aumentando, digo, o meu amor, tanto que resultou num livro, Ah que sofrido livro, mas isso eu ainda não sabia, agora imagino que ela já previa!

Soraya estava esplêndida no coquetel de lançamento, vestia preto, tanto mistério, tanta beleza que me ofuscava com sua escuridão.

Depois da glória, só resta o declínio, e Soraya me mostrou a cara dele, sem dó nem piedade.
Me arrumou as malas e lhe preparou um banho à lavanda, fiquei com a adaga no peito e ela com o primeiro livro autografado.

Ah, Soraya, como eras uma cigana, daquelas que mata e cura, pena que na minha vez a ordem foi inversa.

Ps.: Hoje o livro está num Sebo, como um filho que deixa o pai num asilo, a Ingratidão de Soraya abandonou até a arte daquele amor.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Minto

Sempre minto.

Na paisagem desértica exaltava o amor que sentira jamais.
Hoje, na chuva de final de inverno e início de paixão, quero falar de tudo e abafar aquilo que te cita.
Sempre me escondo.
É difícil se desligar do momento no qual me encontro pra ditar palavras alheias a mim agora, mesmo que sejam minhas, não eram as deste exato instante!
Manipulação da minha escrita ou limitação da minha Verdade?
Porque a Verdade é a mais difícil das mitologias.
Escrever sobre o que me toca e aflige, agora, é mais fácil pois está perto, vê-se em uma claridade maior.
Porém essa proximidade traz a escuridão de sua complexidade e então, fujo!
Sempre covarde.
Prefiro os pensamentos e os caos de outrem aos meus, para não ter que enfrentar o mundo de ponta-cabeça que reflete na colher de sopa que, aliás, já esfriou de tanta enrolação minha!
Bom Apetite!