sexta-feira, 29 de março de 2013

Verdade, a meu modo

Eu sempre fui uma pessoa que baseou escolhas e relacionamentos na verdade.

A verdade liberta.

Apesar de não ser cristã é esta a mensagem mais sábia que depreendi da Bíblia Sagrada:

 "E a VERDADE vos libertará". 

A verdade lhe tira falsas esperanças, impressões, emoções, sonhos, fantasias.
A verdade é metal frio na pele ferida, não é paliativa, ela cura e cicatriza, mas dói e corrói um futuro que não  vai mais existir, mesmo que ele nunca fosse mesmo ocorrer.
A verdade é certeza de algo que não existe (rá) e a possibilidade de novos acontecimentos incertos.

A verdade é a única coisa que tenho procurado, é uma busca infame e solitária.
É um suicídio e homicidamente justa e abrupta.
Hoje eu não tenho nada nas mãos, dedos vazios, sonhos maiores que meus braços para carregar,
uma vontade de abraçar o momento do agora e não deixar ele virar passado.
Hoje eu sou mais verdadeira comigo mesma, a pessoa mais dura e exigente que poderia existir pra mim, começo a me aceitar humana.
Hoje minha única veste é o sangue que escorre do meu corpo desfigurado e esfolado, para me despir de tudo que não é real e de tudo que eu tenho que me desfazer para encontrar a minha verdade. O que dentro de mim é verdade. O que dentro de mim pode não fazer sentido - ainda. Dói me procurar aqui neste corpo.

Tenho cometido erros, tenho me ferido, tenho dormido de olhos abertos para enxergar o mundo.
Tenho olhado pela janela, tenho tomado banho de água morna pra tentar aquecer meu corpo, tenho bebido litros para fechar os olhos e me enxergar aqui - dentro.

Amanhã? Não sei.

A verdade é que eu nunca conseguirei saber quando e onde a verdade pura e descosida da alma encontrei/encontrarei/encontro.
A verdade é que eu sempre vou procurar.
Não sei em que pé eu ando, mas posso imaginar em que nuvem minha cabeça voa.