segunda-feira, 31 de maio de 2010

...à tarde

Hoje à tarde eu sonhei.
Tive um sonho estranho que não sei se estava no passado, num presente paralelo ou num futuro próximo.
Um sonho estranho com pessoas que já vi, algumas até considero conhecidas, mas a situação era muito, muito diferente.

Queria entender o que alí, ou quem, fez com que eu esquecese que dia era hoje ao acordar com uma cara de interrogação.

Quem sabe explicar sonhos?!

domingo, 30 de maio de 2010

Sexta-feira

"Mãe, já é sexta-feira?"
"Não querido, ainda não é sexta-feira, vai demorar um pouco ainda."
"Demorar um pouco quanto? Depois do almoço vai ser sexta-feira?"
"Não, Augusto, depois do almoço é depois do almoço, sexta-feira é depois de quinta-feira."
"Ahhhhh!"
Alguns instantes depois a criança volta a pedir a atenção da mãe que estava dividida entre ela e o computador.
"Mãe..."
"Oi amor."
"Quando é quinta-feira?"
"É depois de amanhã, hoje é terça, amanhã é quarta e depois é quinta."
"Então é depois do meu desenho?"
"Sim, é depois do seu desenho, ele vai passar ainda umas 4 vezes antes de ser sexta-feira."
"E se eu trocar?"
"Trocar o quê?" - Neste instante a mãe parou e olhou bem pro filho, não que estivesse acabando sua paciência, mas aumentando o interesse.
"Trocar meus desenhos, eu gosto muito deles, mas eu quero que chegue logo sexta-feira."
"Querido." - Disse colocando o pequeno no seu colo quente e aconchegante. - "Não adianta pensar assim, você não assistir aos seus desenhos não vai trazer sexta mais rápido."
"Nem pode trazer o papai mais rápido?"
- um suspiro- "Não, não vai. Com o tempo não há troca, amor."

sábado, 29 de maio de 2010

Confissões de uma blogueira pouco criativa

"Nathi, você tá copiando isso no seu blog?"
"Tô"
"Mas isso não é plágio?"
"Tecnicamente não, praticamente sim."
"E você não tem vergonha?"
"Não!" ,"A vida é feita de boas ideias copiadas."
"Sei...Cara de pau."

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Na Cozinha

Ah, como esta morena me dilacera.
Só ela sabe fazer aquele cheiro subir da cozinha, da panela, de suas mãos...
Não entendo meu deus, são os mesmo temperos das vizinhas, das amigas, até da minha mãe.
Mas o cheiro da sua panela acaba comigo. Acaba com as vizinhas, com as amigas, até com a minha mãe.

E seu café? Preto, quente e cheiroso. Do mesmo modo como ela me quer ver. Pra isso ela capricha no café, no deitar da água fervente em movimentos circulares, como quem faz uma poção mágica do amor. E funciona, porque eu me inspiro ao inspirar aquele cheiro e fico também preto, quente e cheiroso pra ela, sempre que ela quer, e sempre que ela não quer também, caso ela mude de ideia.

E quando ela tá lavando louça? Às vezes, quando chego mais cedo da obra, tá ela lá, de saia curta, blusinha de algodão estampado, detergente espumando na bucha e ela se apoiando na perna direita.
Na perna esquerda.
Na perna direita.
Na perna esquerda.
E esse vai e vem, cai não cai, me empurrando pra lá e pra cá no seu molejo quieto enquanto lava a louça numa maestria como quem prepara um filho com todo esmero natural da natureza. Aquilo me dilacera.
Observo-a.
Amo-a.
Admiro-a.
Até que não me aguento, e entro na cozinha. No seu santuário, onde tudo e todos perdem o sentido e os sentidos e ela reina.
Minhas mãos se aproximam da sua cintura, meu corpo do seu e ela sabe que minha boca no seu ouvido só tem um desejo a fazer:
"Cuida de mim, como cuidas da tua cozinha? Cuida vai?"

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Na balada

Ando escutando músicas vazias,
corro ouvindo-as.
Elas fazem meu corpo querer se perder na falta da moral,
faz-me querer dançar de olhos fechados numa pista imaginária e inócua.

São vazias e alimentam-se dos sentimentos de quem se entrega ao ouvir seu chamado promíscuo.

Preciso perder minhas forças para poder parar de dançar assim, eu não sou assim.
Preciso perder minhas energias para cair no chão e me desgrudar desta boca que quer me engolir quente e suada, eu estou suada.

Tento focar a memória nos teus olhos, mas minha visão está confundida com o insolente móbile de luzes multicoloridas que me envolvem.

Quero parar, quero me desvencilhar destes braços, quero respirar, quero querer isto.
Mas a música vazia me preenche, e os braços são fortes e... e... eu já não tenho forças, nem energias, mas não paro, não paro, não paro de dançar...não.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Criatura

Tô morta de cansada e sono, mas tem uma coisa entalada, morna e impaciente querendo sair.
Quer pular pela garganta ou pelos poros, como já cantou a Ana Carolina e a Zélia.

Enfim, vamos ver se sai rápido e de forma indolor, que não tô com tempo nem saco agora.


Ele já estava suando frio. Sabe que não é "aquele" amor, mas é amor de alguma forma. Saiu à noite procurando-a e já tinha plano certo, ou melhor, planos.


Ela tem alguns lugares certos onde passar a madrugada e naquela noite a Leninha chamou pro Batidão ao invés do samba sagrado da sexta, de primeira estranhou, a Leninha é quase um padre de tão metódica, mas enfim, melhor não contrariar, pois foi lá que "ele" estava na outra semana. Vai que...
E nesses pensamentos atropelados por outros sobre maquiagem e a chave do carro "onde se enfiou?"


Pegou o carro e saiu na maior marra, não era seu, mas... amigo é pra essas coisa, se tem uma coisa que eu odeio é carro emprestado, mas pior é ficá a pé, vamos de carro dos "outros" mesmo que hoje ela é "minha". Chegando ao Batidão, primeiro lugar que deveria mesmo arriscar pelo simples fato de ter sido o primeiro encontro visual, foi logo fazendo aquela observação rápida e sem escrúpulos, digna de um verdadeiro caçador e sentou sem pressa e sem uma presa. Sem "a" presa.


Ai, tô presa no viaduto ainda...eu sei Leninha, mas é que..an? Como? Ele tá aí é?! Ai meu Deus.


Ai, m-e-u-d-e-u-s, que deusa. Ela chegou.


Cheguei.


Hum, a amiga também é uma gata extraordinária, mas hoje, se não for hoje...tenho que pegar, tenho que pegar, tenho que pegar, repetia pra si mesmo tomando coragem e mais uma cerva...
Tenho que pegar essa criatura!


E o resto, só quem sabe é a pista escura.

Inspiração e plágio: Gatas Extraordinárias - Caetano Veloso (voz: Cássia Eller)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Véspera

Ai, nunca fui muito dada a esperas. (Minha mãe disse hoje que nasci 15 dias antes do previsto.)

Na verdade, sincera e descaradamente falando, eu ODEIO esperar.

Então, não quero mais esperar...

Por que se para a vida blogal foram alguns dias que estive longe, para mim foram séculos no escuro.
Mas se eu sabia que ia voltar, fui por quê?

Às vezes a ausência vem mostrar valores e reflexões antes bloqueadas pela força que fazemos para tudo ser tão normal e natural, ser tudo cotidiano e rotina.
Hoje minha rotina foi quebrada, não fui à faculdade, não estudei pra prova de amanhã (tá bom, confesso, é com consulta) e tô feliz de uma maneira angustiante (talvez a vodca tenha algo com isso).

Coloco muita expectativa em mim mesma, muita pressão, acho que este ponto foi crucial pra eu me dá este tempo (eterno em menos de poucos dias), e relaxar, lembra o quanto sou humana e o quanto tenho que aprender sobre tudo, o quanto sou falha e errada. Lembrar um pouquinho da criança sorridente e franca que sempre fui, que ainda sou. Que pretendo ainda ser nos próximos 20 anos.

Não quero fazer listas de projetos ou de desejos, quero fazer eles acontecerem.
Não quero me machucar à toa, mas quero amar mais, tudo e a (quase) todos, todo dia!

Não vou esconder TPM's, mal-humor, nem crises, mas com certeza não vou mais mascarar esta Dor de viver, esta dor de respirar e deixar o sangue fluir.

Não quero ser e ter alegria por ocultar os problemas, ou por achar que não são importantes, quero mais que isso, ver o quanto eles me afundão, o quanto são pesados, mas que não estou sozinha neste mundo cachorro, não tô entrege ao acaso nem sorte. Mais que tudo, problemas são oportunidades de crescimento. Mas antes que este post vire auto-ajuda...e mesmo eu não sabendo como terminar(ainda, depois de algumas tentativas)...

Que venha o amanhã.

sábado, 8 de maio de 2010

Adeus

Um tchau, o até logo que se dá numa rodoviária antiga...sem saber por quanto tempo durará esta separação.
Um dia, um mês, anos?
Talvez toda uma vida.


Preciso dar um tempo, sei lá quanto, pra pensar e talvez fazer uma escrita melhor...

Adeus!

Ps: Desculpem caros [poucos e seletos] leitores!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

dias como este

"Não gritem, por favor, só um minutinho..."

Isso fica repetindo para si mesma durante estes momentos de desconcerto. É só ver ele na rua de mãos dadas com a...aquela criatura, que fica assim. Pior! Desta vez não só as mãos que estavam dadas, eram pernas, mãos, bocas, cintura, mais mãos, nuca..."tem gente que não tem um pingo de pudor", resmungava a idosa que passava com um carrinho antigo de feira [idosa porque falar velho hoje em dia é falta de educação]. Se fosse eu, diria falta de vergonha na cara mesmo! Mas o que importa é que ela viu ele. Viu eles. Melhor seria ter tropeçado e dado de cara no chão, mas não, ela que quase desfilava na pracinha, viu eles. E agora só o que tropeça são suas lágrimas e as tantas dela que se fragmenta toda quando é atropelada pelas lembranças.

"...calem a boca!pensamentos malditos!"

"Ai, uma moça tão bem apanhada como ela, sinceramente, não acredito que depois deste tempo ainda não esteja dando uns amassos  no vizinho da frente."
"Não é mulher?! Fosse eu não perdia tempo, até por que ele tá solteiro faz um mês já, se eu tivesse uns anos a menos...né não?!"

E o pior do que escutar suas lembranças, seus fragmentos, sua conciência...é ouvir fofoca inútil.
Quando dias como este aconteciam seu maior desejo era ser surda. Surda e cega. Mais surda do que cega. Mas não era e sempre ficava muda.
Não consegue falar com as bisbilhoteiras do andar de cima, não consegue falar "oi" quando ele passa, nem ao vizinho da frente.

Não consegue falar para seus pensamentos calarem-se!

E fica mais do que minutinhos neste desconcerto.

domingo, 2 de maio de 2010

Zeca


E quando ele abre a boca,
eu fecho os olhos.
Ele abre o horizonte e eu mergulho em minha imaginação!

Entre batuques, solos de guitarra, forrá, maracatu, rock e rap.
Sua variedade é quase a do meu coração brasileiro,
onde cabe o samba de Maria Rita e o Jazz da Leni Andrade.
É tão eclético como o centro de São Paulo e a feira de Caruaru.

Quero sua arte em todos os muros da cidade e nos escapamentos dos carros!

Quero outro bis!

[Zeca Baleiro e banda, SESC Interlagos 1° de maio de 2010, com Sarah e Felipe]