domingo, 14 de outubro de 2012

Chorona

Um dia visitando um casal de idosos simpáticos e contadores de histórias e duas coisas que amo:
Ouvir histórias;
ficar perto da natureza.

Adorei estar perto de avós, mesmo que não sejam os meus.
Fui criada visitando os avós (um vô e duas vós) todas as férias, uma, duas vezes ao ano.
Este ano meu avô morreu e para dar força pra minha mãe eu me mantive forte e não chorei, não sei se era o que ela precisava naquele momento, não sei dizer ao certo, mas bloqueei meu choro na hora, no correr do dia, e em todo o mês que acabou por ser substituído por outro, e mais outro, não lembro mais que mês foi, talvez em abril ou maio.

Porém, este final de semana, na casa daqueles adoráveis velhinhos, com todo o jeito e as peculiaridades, mesmo eles sendo tão diferentes dos meus avós, eu me senti tão perto deles, especialmente do meu vô, que algo se mexeu dentro do peito.

E vim para casa à tarde com um rebuliço dentro de mim inconsciente ainda do que se tratava.
Cheguei e aos poucos como uma represa que a algum tempo estava sentindo nas fundações a pressão de muitas águas, rachaduras de alguns dias, não sei ao certo, mas explodi. Chorei, lamentei e senti uma imensa saudade que parecia que não caberia no peito.

Eu chorei hoje a morte do meu avô.
Não aceitei sua ausência ainda, mas hoje eu não precisei mais ser forte,
fui apenas eu.

Chorona e sensível!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Melodia

"A nega lá em casa
Não quer trabalhar
Se a panela tá suja
Ela não quer lavar
Quer comer engordurado
Não quer cozinhar
Se a roupa tá lavada
Não quer engomar
E se o lixo tá no canto
Não quer apanhar
E prá varrer o barracão
Eu tenho que pagar
Se ela deita de um lado
Não quer se virar
A esteira que ela dorme
Não quer enrolar
Quer agora um cadilac
Para passear..."
(Riachão - Cássia Eller)