domingo, 28 de fevereiro de 2010

My Formspring IV - Filosofando

"O que é saudade?"

"É o eco de alguém que prendemos voluntáriamente dentro do peito, mesmo sabendo que íamos sofrer ao fazer isso."

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Pensamento inacabado

É assim, quando no hemisfério norte eles fazem jogos de inverno,
nós aqui acabamos de abolir o horário de verão.
Tudo tem mais de um lado.
Ruim é olhar só um, ou pior, ver a ambos e ignorar um ou mais deles.
Bom deve ser uma abelha, tem uma visão completa e ainda de quebra voa pra melhor namorar as florzinhas.
Vai ver que pelo poder delas de observação o doido Einstein disse que depois delas encaixotarem só teríamos mais quatro aninhos no planeta, nem uma infância inteira pra os que acabassem de nascer.
Absurdo!

Observar é preciso, Tereza!

[...]

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Já é noite outra vez

Escovando os dentes ela imaginava como é que podia o dia passar tão rápido e ela já estar alí de novo indo dormir.
"Mas já?"
Dormir às vezes parece a única forma de renovar uma esperança franzina.
Hoje lendo um livro do qual a mãe e uma colega que faz DP na sua sala em uma, talvez duas matérias falaram bem, ela se distraiu tanto que "acordou" encima do ponto...quase foi...tudo bem, são só 6:30 da manhã.

Ainda bem que a gente uma hora Acorda.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

No ar

Nossa, incrível como tem coisas que ele não sabia que iam virar uma grande enrascada.
Já tinha feito a idade do sucesso a quase um ano e ainda não havia pisado no chão.
Queria sempre viver astronautando, porém se esquecia que pra tirar os pés do chão primeiro tem que andar nos trilhos. Não há como ser arrebatado pelo que quer que seja se já estiver no ar, pior, em outra atmosfera.
A mãe sempre disse que a solução é uma mulher pra por juizo naquele cabeção, alguns amigos adoravam ter alguém pra brisar junto e beber umas biritas, outros mais "carestas" tentavam conversar, aconselhar, mas como todo mundo sabe...e a vizinha repetia pra quem não sabia: "pau que nasce torto..."

Nunca soube muito bem o que queria da vida, até que Martin a viu.

Seus olhos estavam distraídos com uma pipa colorida no céu, e os olhos de Martin distriu-se olhando ela, era pequeno, sorridente e parecia estar sonhando...a criança estava tão distraída com a vida que a pipa foi indo pelo parque e ela também.
Martin que estava sem um paradeiro certo, pensou até em passar no Robertinho quando lembrou que ele fazia plantão às quartas agora, parou quando viu a criança.

Não parecia rico nem pobre, não era branco, mas tão nem era preto, tinha só uma coisa bem definida: o ar sonhador. Por um momento sentou no banco sujo de folhas pra observar o pequenino e refletiu...
"Como ele apagou-se tão completamente do mundo por um motivo tão bobo...Meu Deus, uma pipa!"

A pipa continuou seu trajeto.

A criança continuou seu trajeto.

Então, entendeu que ele também tinha que continuar o seu.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

My Formspring II

"Mãe, por que eu tenho que estudar ética na escola?"

"Porque malandragem já se aprende na rua, meu filho."

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Visita

Sabe aquele dia que tem cara de segunda, todo igualzinho em seus mínimos detalhes e que nem dá vontade de levantar, porque você tem a exata sensação de que nenhuma surpresa vai acontecer?


Pois é, não foi o caso de hoje depois do meio dia.

Estava tudo assim morno, até eu estava morno, até o banho foi morno, até que enfim a campainha toca.

Paro, penso em um milhão de pessoas que poderiam vir aqui me visitarem e me tirar do meu poço de solidão a não sei quanto tempo cavado, bom, nenhuma me procuraria àquela hora.

Larguei meu almoço no microondas e abri a porta.

Uma surpresa!

Um mendigo estava bem à minha frente.

Mas por quê? Como ele veio para aqui?

Não disse palavra, ficou apenas me fitando.

E eu olhava-o já angustiado, sem saber que raio de situação era aquela, e percebendo que a presença dele me incomodava muito, deu um passo à frente. Neste instante não conseguia mover um músculo. Por que será que algo nele me chama a atenção, além deste mau cheiro que exala? Sinto que apesar de toda aversão dos primeiros momentos eu tenho algo em comum, nos olhos, na barba, na fisionomia em si.

O que é? O que está acontecendo?

Então, de súbito ele sumiu.

Fiquei ainda alguns instantes imóvel, acordei com o apito do microondas.

Ah! O almoço de hoje também está morno.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Testemunha

Saiu de casa como quem quer andar sem destino. Mas isso é mais papo de quem fica só na pretensão, porque sabe muito bem que seus passos levam somente para lá.
Entrou duas ruas antes, deu a volta no quarteirão, enrolou um pouco, tentou se convencer que estava mesmo sem paradeiro, porém, como já previsto...entrou na tal rua.
Foi bem devagar, como se o sabor da espera saciasse mais que a verdadeira mordida.
Chegou.
Lá estava ela, fascinante como sempre, solitária também, como se o tempo estivesse intato.
A pracinha era sua segunda casa.
Tão bela com aquele ar de abandono.
Tão frágil  e acolhedora, como mãos de mãe, que dão carinho e noutro instante disciplina.
A praça onde eternizou segundos, onde aprendeu que o tempo é contado de diferentes modos em momentos e com pessoas distintas.
A praça é sua única testemunha.
Sua única cúmplice.
Sua única compreenssiva companheira quando suas lembranças só o acusam.
A única presença que não consegue ausentar, é a sua própria.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Diálogo Marcado

"Oi"
'Oi, já vou dizendo que não quero dificultar nada pra você, filho.'
"..."
'Afinal, o mais difícil você já fez.'
"Fiz?"
'Claro! Conquistou minha filha.'
"Ah!" [de alívio]
'Nós dois sabemos que ela não é fácil! Acho que a ensinei direitinho como ser exigente, só não esperava que ela me ouvisse tanto.'
"Sei."
'Mas me diga, qual o seu segredo pra bater o record de menor tempo?'
"Simples!"
'...'
"Aprendi com os erros da concorrência."

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Plural

Olhou mas uma vez pela janela.
Prédio, prédio, prédios.
E por incrível que pareça o que sempre a incomodou foram os plurais.
Não basta um sorriso, só vale se for todos.
Não me contento com um carro, dois, três, bolsas, amigos, sapatos, depressões, celulares, jantares, cumprimentos. Tudo é colecionável.
Um mundo plural no qual via-se sozinha.
E o plural de que tanto tentava se esconder, ali na janela.
Parece que do décimo sexto andar tudo flutua lá embaixo.
Pensa em como pode flutuar também.
Lembra de como o algodão-doce da máquina do parque flutuava no ar antes de ser capturado pelo homem de bigode, com seu palito.
Quando deixei-me ser capturada?
Quando deixei-me ser posta nesta torre?
Por que não joga a tua alma com o teu corpo ao invés de só as tranças, Rapunzel?
E no ímpeto de seu devaneio de consciência sente o sangue lhe arder nas artérias, nas veias, nos membros todos. Naquele instante o plural não lhe foi incômodo. 

Ps: Não sou crônista, nem modesta. Se o fosse falaria. Aqui é uma tentativa, outras virão, espero que melhores!