sexta-feira, 29 de outubro de 2010

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Valorizado

Cansaço mental é igual dia de chuva no feriado.
Dia de chuva com goteira bem na sua cara, quando você tava pegando aquela soneca no sofá da sala.
Aí a goteira se multiplicou, sempre pingando no seu nariz...
A casa tá ficando toda cheia de água e você passa ao segundo andar, pensando "Graças a Deus existem sobrados..."
Mas aí, você percebe que as goteiras que estavam no primeiro andar é porque o segundo também tá alagado.
E no meio de tanta água e aquela agonia, "Pô, o mundo acabando de seca por aí e eu aqui com este rio dentro de casa..." você vê que a chuva passou faz tempo,"Mas, de onde tá vindo todo esse aguaceiro?" Começa então a busca à fonte. Olhou trezentas vezes em todos os cantos, até debaixo da cama, encima do armário...na geladeira "Por que a gente sempre procura tudo dentro da geladeira?" Nada!
"Putz, que merda!"
A hora de você dormir tá chegando, e amanhã tem aula, e tinha que ter feito um relatório e uma prova...tinha que ter estudado, e...esqueceu até de aproveitar o feriado, mas o feriado não era de 4 dias, porque já acabou? "Ué, a chuva durou tanto assim?"
Daí você se dá conta...não tem nada pingando, não tem cano quebrado, não tem chuva, não tem água...é seu coração. Ele tem inundado todo o chão pelo qual corre teus passos.

Quando algo te incomoda aqui dentro, algo que brota, não adianta feriado, não adianta dia de chuva, ou sol...nem compromissos, tudo perde o valor, porque o valor sou eu quem dá.

Não quero mais dar valor a você...peito molhado de passado.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Morte à vida severina!

Esta cova em que estás, com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida



É de bom tamanho, nem largo, nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio

Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida



É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo



É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo, te sentirás largo

É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas à terra dada nao se abre a boca



É a conta menor que tiraste em vida



É a parte que te cabe deste latifúndio
(É a terra que querias ver dividida)



Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas à terra dada nao se abre a boca

Morte e vida severina - Chico Buarque de Hollanda sobre o poema de João Cabral de Mello Neto

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Carta II

Oi.
Bom, não sei bem o que dizer, é que a gente se conhece a tão pouco tempo e sua importância na minha vida cresceu tão rápido, que é meio estranho esta intimidade que existe meio do nada.
Enfim, não foi pra filosofar que eu resolvi te escrever.
Mas, peraí, pra quê foi mesmo?
Droga, eu sempre perco o foco quando mais preciso dele.

Olha, não devia ser nada sério, porque quando a coisa é séria a gente fica roendo as unhas um dia todo e conversa com aquela cara de comadre, os olhos esbugalhados e meio mareados, com a boca trêmula e um pensamento fixado naquilo.

Não, definitivamente não estou assim. Estou em paz. No mais simples e puro sentido que a paz possa representar!
A muito não sabia o que era isso, tive uma turbulência das 'brabas', depois um oco, depois um sonho e daí você me acordou com um beijo.
Talvez não tenha sido assim mesmo, talves eu esteja com sono ainda, mas obrigada. Ah, era isso...

Só queria mesmo agradecer o passeio de ontem, a paciência com meu silêncio e os teus olhos carinhosos.

Beijo