sábado, 29 de agosto de 2009

Somos, é, sou.

Você ouve Jazz,Eu curto MPB.
Você escreve,
Eu falo!
Você quer conhecer a França,
Eu quero me conhecer no mundo.
Você fala,Eu escuto.
Você diz que é chato,
Eu sei que sou.
Você me deixa sem jeito,
Eu estou descobrindo o seu.
Você quer estudar a mente humana,
Eu quero feriado.
Você disse que não queria sorvete,
Eu não dividi o meu com você.
Você me apresentou Camus e Nelson,
Eu te apresentei meus amigos.
Você fala em Froid,
Eu falo em Fernando.
Você lê tudo,
Eu estou sendo alfabetizada.
Você é uma criança antiga,
Eu sou uma moça do século passado.
Você é do Sul e mora no norte,
Eu sou do Nordeste e moro no sul.
Você é assim,
Eu não sou assado.

O que somos?

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Dono e Dona

O Dono do Tabuleiro, agora era também dono da preta, que de doce não se fartava nunca.
A Dona da Janela, agora era dona do moço, que não se saciava do mel daquela boca.

Dono, Dona, dono, dona. Juntos descobririam o significado dessas e de tantas outras palavras, sol em terra de analfabetos tropicais. Nessa brincadeira os dois não sabiam mais qual era o lugar de quem. Não fosse a Sinhá gritando pela preta toda hora, eles ficariam o dia inteiro estudando esta nova linguagem.

A linguagem que une pretos, brancos, amarelos, vermelhos, azuis, verdes...

A linguagem do Amor.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Tempo do Imperador

Na Bahia, no tempo do Senhor Imperador, uma moça escorou-se na janela, dali a pouco já vinha ele.
Aquele que toda tarde não falhava o compromisso de adocicar o mundo, ou pelo menos os bairros dos brancos.
E a esta hora a preta que já tinha lavado, limpado, espanado, suado, cozinhado, se estrumpicado toda na horta, estava com aquele ar que vocês bem sabem de fêmea na hora do cortejo.
Ele com seu tabuleiro de cocada, ela com sua brasa que ardia, ele com seu olhar cabisbaixo, ela com sua quase vermelhidão.
-Olá! Vai cocada hoje, minha nega?
-Sua?
-Será que é dos outros?
-Dos outros não!
-Então?
-Sua também que não havera de ser!
-Por causa que eu não fizera pedido ou por mode a nega não querer?
-Como havera eu de saber?
-Posso tentar?

E assim, mais uma tentativa do preto de adocicar, nem que fosse o bairro dos brancos, se saiu como deveria!

E não havera mesmo de ser?

sábado, 1 de agosto de 2009

Estou chamando.


The call- Regina Spektor

It started out as a feeling,
which then turned into a hope,
which then turned into a quiet thought,
which then turned into a quiet word,
and then that word grew louder
and louder'til it was a battle cry:I'll come back when you call me.
No need to say goodbye.
Just because everything's changingdoesn't mean it's never been this way before.
All you can do is try to know who your friends areas you head off to the war.
Pick a star on the dark horizonand follow the lightyou'll come back when it's over
-No need to say goodbye.
You'll come back when it's over
-No need to say goodbye.
Now we're back to the beginning.
It's just a feeling and no one knows yet,
but just because they can't feel it toodoesn't mean that you have to forget.
Let your memories grow stronger and stronger'til they're before your eyes.
You'll come back when they call you
-No need to say goodbye.
You'll come back when they call youno need to say goodbye.
(Imagem: Google)