quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Dois corações, um poema

Quando a tarde fica cheia de ausência
Nossos olhos se enchem de carência
E eu já cansada de chamar teu nome
Não me aguentando, mas você some

Quero me achar onde você se esconde
Sem mais me preocupar em ti procurar no horizonte
Quero fazer-te meu refúgio, meu abrigo
Onde posso deixar meu coração sem perigo
Onde cada segundo flutua como um dia
A cada momento que passar vou sentir nossa alegria
Como cada beijo que te empresto pra fazer-te companhia

Já que não estás aqui para eu ti beijar como gostaria
Apenas te guardo como um tesouro sagrado
Pois não existe eu sem você meu, quero estar ao seu lado
Quero o aroma dos seus cabelos, o macio da tua pele
E ao escutar sua voz, farei o que me pede
Afinal, foi este sorriso que conquistou esse coração
E misturando esse seu você de ser me deixou sem ação
  
Tem coisas que somente sua presença faz
Como este meu coração ficar em paz

Nathi e Leão

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Summer IV - Toda a história por trás do Verão

"Perdão, me desculpe!"

Bom, tudo começou a muito tempo. Mas o tempo que importa nesta história é o ano passado.
O ano passado não foi apenas mais um calendário, que você vai arrancando pagininhas e esquecendo do que aconteceu ontem na mesma velocidade com que planeja mais um amanhã sem emoção. Ah! Com certeza emoção foi o que não faltou no ano passado, e como ela já virou passado, falar de toda aquela emoção no passado, vai por mim, é muito melhor do que senti-la novamente, não tudo, algumas partes eu reviveria com certeza, mas eu disse "algumas partes".

Vamos começar do começo, é janeiro, estou no final das minhas férias, uma cidade linda, uma praia maravilhosa, amigos novos, uma festa, um beijo...seis dias e uma paixão que me machucou por quase seis meses. Daí você imagina o resto do meu primeiro semestre. E você me pergunta, "foi bom?" O quê? Foi muito bom, ele é muito legal, a gente se deu bem algumas vezes, outras eu queria matá-lo...mas como a distância não permitiu, dizem que ele ainda anda por aí. A gente não se viu de novo depois daquele verão e nos falamos raramente, pra não falar nunca. Mas a gente não era pra ser, e eu resolvi conhecer gente nova no final dos meus dezenove anos. Então em maio, mais ou menos, eu sai muito, queria fugir de casa, porque lá passei muitas horas que pensava nele, e porque o clima dentro de casa não estava cheirando bem. Previa tempestade e não deu outra. As férias de meio de ano chegaram e eu não consegui viajar, fiquei na cidade e fiquei com alguns meninos, alguns bem meninos mesmo. Passava os dias fugindo do caos que se apoderava de casa e as noites tentando esquecer dos dias, uma hora com um menino, outras sozinha com as amigas dando risada umas das outras, e rolando muita música e pouca realidade eu fui levando um mês. As aulas começaram, mas eu não voltei a cabeça pra faculdade, a última coisa que queria era um banho de realidade, então continue saindo. Dormindo na casa das meninas, pra fugir da minha. Aí, sem querer, numa noite de sexta-feira, depois de uma dobradinha terrível da bendita matéria que mais tarde pegaria DP, eu o revi. Ele estava lindo e sorridente como lembrava, mas eu mal o conhecia, talvez tenha trocado dois ois até aquele dia. Ele é amigo de uma amiga, e eu só estava no lugar certo na hora certa, num plano realizado por tantas coincidência que parecia mentira. Não seria possível, logo agora. Logo agora que minha cabeça tá uma droga, que minha família está se separando em trincheiras diferentes, logo agora que eu tô tão vazia e sem nada a oferecer, se você entrar não terá chá hoje, a casa está fechada, desculpe. Mas eu sou assim, não consegui afastá-lo, e no outro dia a gente se viu, ai menina teimosa, você sabe que não tem nada a oferecer, mas por que não consegue ir embora? Já são dez horas da noite, suas amigas te chamaram pra uma balada, ele tem que ir ver uns amigos, é a chance de você ir embora, a nossa amiga em comum também já foi embora, é a hora, vai! Eu não fui, ele não me deixa ir embora quando sorri e me olha daquele jeito, droga, não agora, não pode ser. Foi! Depois de um beijo, que veio depois de algumas tentativas dele frustradas, eu sabia que já era tarde demais, que já tinha passado a chance de não me envolver e que eu não tinha escolha, ele era o escolhido. Foi uma noite maravilhosa com os amigos dele e muita música boa e muitas garrafinhas de água, e muito álcool, na veia dos outros, e muita risada de nós nos conhecendo, e tantas coisas que nossos olhos nos diziam "você também? que coincidência!". Mas, eu voltei pra casa, e de repente eu percebi que não adiantava mais fugir, aquele barco era meu, pra onde ir? Pra onde não ir? E perguntas muito mais complexas vieram, e palavras muito mais torturantes foram ditas e ouvidas. A bomba maldita foi implodida, mas apesar do campo ter sido apenas quatro corações, o estrago foi incalculável. Noites de choro silencioso, refeições solitárias, dias sem "Bom dias", noites sem o sagrado beijo de "Boa noite". E eu perdendo aos pouquinhos a fé no amor, a alegria, a esperança. Eu perdendo aos pouquinhos a sensação de lar. Bom, dizem que a esperança é a última que morre, talvez seja verdade, este tempo todo esperava um dia melhor amanhã. O amanhã era só mais um dia, e os dias em casa eram raros, a faculdade estava pegando eles em troca de pontos nas provas e com isso minha promoção para o próximo semestre. Mas o tempo foi passando e a tempestade no meu lar durou, minha mãe se ausentou e isso foi duro pra mim. Depois minha irmã também deu a sua saída, e ficamos eu e meu pai. 
No começo pura isolação, cada um na sua. Bom, as feridas abertas doem e atraem moscas, ninguém quer outro se metendo com elas. E este tempo todo eu e o moço do beijo não conseguíamos mais nos separarmos, ele segurou minha mão quando eu sorri, quando eu chorei, quando eu gritei, quando eu não tive palavras. Ele e seus olhos brincalhões, ele e seu sorriso reluzente, ele e seus abraços apertados. E foi um paraíso no meio do meu deserto, foi o amor querendo nascer onde alguma coisa em mim estava morrendo e começando a feder. Uma coisa sem sentido algum, algo que não sei explicar, simplesmente aconteceu. A gente aconteceu. E eu fiquei, fico e ainda vou ficar muito feliz por isso! 

Enfim, o tempo passou, as férias de verão chegaram novamente, e o tempo começou a sobrar...e eu fui pesando fatos, palavras, acontecimentos, sentimentos, dores, alegrias, valores, atos.
O tempo sempre passa, e todo mundo já escutou que "o tempo a tudo cura". Está me curando, estou aprendendo a perdoar, estou me dando conta dos meus próprios atos, dos meus próprios erros, minhas palavras más, meus julgamentos, meus enormes preconceitos, minhas mentiras, e tudo mais que me torna uma mísera humana corruptível.
Não sou e nunca fui melhor que ninguém, meus olhos têm mudado depois de ter feito esta maravilhosa descoberta!
Muitas coisas são simples, depois que você resolve não complica-las.
Então, por tudo isso, me perdoe, eu sei que errei, mas se algum dia você conseguir abrir o seu coração, mesmo não entendendo o meu, me perdoe!
Porque eu te perdoei.