sábado, 5 de junho de 2010

Loucura, loucura! Loucura?

Acima das minhas próprias palavras de hoje, quero cantar o samba de outro.

Vou soletrar a prosa do mundo real.

Sai do meu mundinho e na rua esbarrei com muitas olheiras, muito mal humor e quase nenhuma gentileza. Ah, eu sei, nenhuma novidade também, afinal estamos onde? Ah, na maior merda de cidade da América Latina, é mesmo. Putz, às vezes esqueço.
Lá na rua também tinha muito lixo, ou seja...fico feliz ou triste? Porque assim os mendigos podem sobreviver = feliz; ainda tem gente que depende disso = triste. Pensei seriamente em voltar pro meu mundinho...

Mas, como sou teimosa [?] e chata[!], continuei andando.
O lixo aumentou e começou a chover, a rua inundou, droga, é mesmo, enchente. Mas que merda de prefeitura.
Não foi ela que devia limpar e não limpou? Peraí. E que merda de gente, não tem lugar pro lixo, quem jogou isso aqui? É, nestas horas ninguém levanta a mão.

Ok. Mudei de rua, o cenário mudou, mas só um pouquinho. Tantas lojas, tanto produto e dos mais variados, variados preços e qualidades. Então pensei "que bom, abastecimento". Aí observei melhor, vi uma coisa louca, pessoas sem mãos comprando anéis, outras com carros comprando outros e caregando uns atrás dos outros, todos ligados e só uma pessoa..."mas tem tanta gente à pé"...e as pessoas com fome que compravam celulares? Nossa! Perguntei pra uma mulher "se você está com fome e seu bebê chora por comida, pra quê você quer um celular?", e a respota medonha: "preciso deste aparelho, ele tira fotos, tem torradeira, rega o jardim, posso atender dentro da água da piscina e ainda posso competir com minha vizinha", "Ah, então tem torradeira, você vai se alimentar né, e que legal, você também tem piscina!?!" "Não, eu não tenho e...a torradeira é só de pão integral, não gosto de pão integral, mas posso pagar em 59 vezes com juros só de 0,23% ao dia".
Ai meu Deus, será que saí mesmo pra andar na rua ou deitei no sofá e estou presa num pesadelo?! É tudo tão bizarro.
Saí correndo, corri muio mesmo, quando estava ficando esbaforida parei pra descansar numa pracinha. Era até bonitinha, mas [sempre tem um "mas" pra tudo em textos como este aqui], então, mas olha só aquele cachorro? Ele tá falando, caracas.

Agora é definitivo, dormi no sofá, C-E-R-T-E-Z-A!

Falando, comendo um bife enorme de "fastfoodpet", e ainda o dono vinha atrás carregando a sua água mineralizada sem iodo, sua caminha de pelúcia e seu celular.
"Cacete! Até o cachorro?!"
"Moço, pra quê o seu cão tem um celular?" "Oras, o seu não tem?" "Eu não tenho cachorro." "Aff'z, porque ainda falo com pessoas sem status?"
e sairam andando, aquele nariz empinado e seu "pet", ou será o contrário?!

Daí em diante decidi não perguntar lógica pra ninguém, um tempo depois, depois de ver muitas coisas esquisitas, peguei uma perua que passava perto de casa, entrei correndo e fiquei uns minuto com os olhos fechados e deixei este dia louco descer pelo ralo nm banho demorado.

E ainda tem gente ue me pergunta porqueme tranco no meu mundo, aqui pelo menos as coisas têm mais lógica, ou pelo menos eu acho.

8 comentários:

  1. Nossa!!! Fantástico!
    Seria LINDO se não fosse tão triste as reais críticias expostas. Que ótima organização de idéias. Simplesmente...sou sua fã.
    Quando eu crescer quero ser que nem você xD.
    O pior é pensar que as coisas esquisitas e bisarras é que são as NORMAIS hoje em dia.

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  2. "O pior é pensar que as coisas esquisitas e bisarras é que são as NORMAIS hoje em dia." isso isso! Na mosca!

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  3. ^^...
    "Eu tenho CUCA" Hauhauahaua...
    Fabuloso o seu texto.

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  4. KAHkahkahakhha...boa boa!

    Use melhor sua cuca. Ou melhor, continue usando!

    Beijos mil

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  5. Alguém pode dizer o que é normal? Pode parecer tão natural... ♪

    já dizia Jay Vauqer... =)

    bejuss

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  6. "Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranqüilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso.
    (...)
    –O que aconteceu comigo? – pensou.
    Não era um sonho. Seu quarto, um autêntico quarto humano, só que um pouco pequeno demais, permanecia calmo entre as quatro paredes bem conhecidas"

    DICA: Ler Kafka, A Metamorfose.

    Seu texto me lembrou o tema de um texto que eu estou pra escrever, esperando apenas a correria da universidade passar: globalização.

    Bom texto, até mais doutora.

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  7. Ana: Humm, se alguém te falar você me fofoca!!!

    João: Dica anotada, já li a primira parte do livro [não aguentei e procurei na net, achei no Domínio Público]...que aflição!!!

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  8. GENIAL!
    Nossa Nathi! Adorei! Esse texto eu leria para uma sala de aula... haha

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