quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Plural

Olhou mas uma vez pela janela.
Prédio, prédio, prédios.
E por incrível que pareça o que sempre a incomodou foram os plurais.
Não basta um sorriso, só vale se for todos.
Não me contento com um carro, dois, três, bolsas, amigos, sapatos, depressões, celulares, jantares, cumprimentos. Tudo é colecionável.
Um mundo plural no qual via-se sozinha.
E o plural de que tanto tentava se esconder, ali na janela.
Parece que do décimo sexto andar tudo flutua lá embaixo.
Pensa em como pode flutuar também.
Lembra de como o algodão-doce da máquina do parque flutuava no ar antes de ser capturado pelo homem de bigode, com seu palito.
Quando deixei-me ser capturada?
Quando deixei-me ser posta nesta torre?
Por que não joga a tua alma com o teu corpo ao invés de só as tranças, Rapunzel?
E no ímpeto de seu devaneio de consciência sente o sangue lhe arder nas artérias, nas veias, nos membros todos. Naquele instante o plural não lhe foi incômodo. 

Ps: Não sou crônista, nem modesta. Se o fosse falaria. Aqui é uma tentativa, outras virão, espero que melhores!

5 comentários:

  1. Mas mesmo assim esta bom...

    Penso que nas duas situações sejam a mesma resposta, pois quando ama você não se contenta com pouco...

    E também quando se faz falta dele, nos enclausuramos...

    Fique com Deus, menina Nathi.
    Um abraço.

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  2. Bem, tentando melhorar a explicação, o amor acaba nos fazendo querendo sempre acompanhada de uma certa pessoa, mas também nos enclausura a ela...

    Quando este amor não anda bem, acabamos querendo nenhum companhia, até mesmo daquela pessoa especial que nos enclausurou.

    Fique com Deus, menina Nathi.
    Um abraço.

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  3. O convívio com as palavras é algo que acontece por impulsos que vão cada vez mais se tornando mais precisos, afiados e direi até intensos.
    Cadinhoi RoCo

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  4. O mundo é plural e se expressar em substantivos coletivos, singularmente coletivos.

    Começou muito bem já. Estou esperando as próximas tentativas.

    Até mais moça.

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  5. Nathi!

    Não gosto de comparações. Para mim cada pessoa é única e insubstituível, mas permita o meu atrevimento. Tem um Q de Clarice Lispector, mas é um legítimo Nathallia Protazio! ;-)
    Adorei, Nathi. =]

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