quinta-feira, 21 de agosto de 2014

E a minha casa será a estrada

Passei dez anos em uma grande cidade, com tudo em excesso. Muitas pessoas, muitos carros, muito barulho, muito lixo, muita cultura, muito tudo.

Isso de cidade grande de todo mundo tá correndo pra fazer a vida e ser alguém às vezes martiriza e perturba quem muitas vezes pensou: "e se eu não quiser assim?" ;"E se eu não for deste jeito?"

Então com medo, com coração pequeno, com olhos molhados, com mãos suadas e dor de barriga você reúne algumas roupas numa mochila e as entranhas dentro de você e sai. Pega um ônibus, depois um avião, depois anda a pé e se encontra na estrada depois de bastante tempo sonhando com ela.

Na estrada você conhece outras pessoas que estão nela há um dia, uma semana ou alguns anos e os seus sonhos também são os sonhos de alguns, outros tem planos parecidos, ou até já realizaram a façanha de conhecer 102 países, coisa que você, medíocre e pequeno jamais se permitiu sonhar. Um dia você está tomando café com alguns novos amigos e dar-se conta de que, sim, você é normal, a vida pode ser normal dentro de uma grande cidade, mas também tem total direito de ser normal na estrada, em um lugar diferente constantemente, mas onde você se sente em casa.

Então você percebe que não ser normal é normal. Que o "normal" para algumas pessoas pode não ser sua forma de ser normal, mas tudo bem, porque é assim que você se sente bem, vivo e isso é tudo hoje, amanhã a gente decide o que será normal para nós.

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