segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ao caro Cronista

Tu que vês a vida com olhos castanhos de romântico discreto.

Tu que tens a mania dos otimistas irrepreensíveis e que mesmo após anos de luta conservam o vigor da juventude.

Cronista amado que delineia os dias com poesia e os simples detalhes de uma cidade alheia e distraída com devoção, esta me emudece e dilata minhas pupilas, eriça meus pelos do braço e da nuca, e eu meio atordoada continuo lendo para ter certeza que estás a falar mesmo tudo isso.

Caro Cronista, sei que possuis um dom raro e imenso, que não é tua culpa acreditar na vida apesar desta estar sendo destruída desde antes do dilúvio.

Sei também que não é culpa tua ouvir rouxinol durante o trânsito descomunal, mesmo quando te enfureces e entra junto na orquestra das buzinas.

Tu não és réu!

Eu sei que nem sempre a vida pode ser contada em versos de uma prosa curta e simples.

Mas, Graças a Deus, às vezes, mesmo que escassa e sendo quase mítica, a vida pode ser poesia.

Graças a Deus!

05 de janeiro de 2012 – Metrô

7 comentários:

  1. ai Nathi,para de ser tão linda??????????????????????

    adorei.

    ResponderExcluir
  2. Linda? Oras, Ana, isso é um flerte?

    E os anjos cantem 'aleluia', Brito, suas histórias do passado, estão virando assunto de rodinha!

    Cuidado, mas quem tem olhos para ler, LEIA!

    http://capheina.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  3. Nathi, eu também fecho com os cronistas e paro admirado diante de pupilas dilatadas e pelos eriçados (que coisa mais linda!). Quero dizer também que é uma honra lhe ter em meu modesto lugar de compartilhamento de olhar. Tenho um singelo convite pra você. Talvez lhe surpreenda, pois poucos conhecem este outro meu lugar http://cemcabecas.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  4. Ainda bem, ainda bem, que a vida pode ser um pouco mais, que a vida pode ser poesia!

    ResponderExcluir

Registre você também o seu pretexto, Obrigada!
=]